Crise na CBF trava transmissões da Série D e ameaça cargo de Ednaldo Rodrigues.


Instabilidade nos bastidores paralisa negociações de mídia e pode desencadear nova eleição na entidade máxima do futebol brasileiro.


Série D do Campeonato Brasileiro segue sem qualquer definição sobre transmissões em TV aberta, fechada ou plataformas de streaming. E o motivo vai muito além de questões comerciais: a competição foi tragada por uma nova e grave crise institucional na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Na última terça-feira, 6 de maio, uma revelação bombástica colocou em risco a permanência do atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Apurações indicam que a assinatura no documento que homologou sua volta ao cargo em 2022 pode ter sido falsificada. À época, o acordo teria o aval do então vice-presidente Coronel Nunes. No entanto, um laudo pericial recente aponta para possível insanidade mental de Nunes, o que comprometeria a validade do documento.


Com base nesse parecer técnico, a deputada federal Daniele do Vaguinho (União Brasil-RJ) protocolou oficialmente um pedido de afastamento de Ednaldo. A parlamentar argumenta que, caso Nunes não estivesse em pleno uso de suas faculdades mentais, todo o processo que garantiu a eleição (e posterior reeleição) de Ednaldo — hoje com mandato até 2030 — estaria juridicamente comprometido.



Com o ambiente político em ebulição, a CBF congelou diversos processos internos, entre eles a negociação dos direitos de transmissão da Série D. Até agora, não há qualquer anúncio oficial sobre onde — ou mesmo se — os jogos da quarta divisão nacional serão exibidos. O silêncio atinge diretamente clubes de tradição, como o Santa Cruz Futebol Clube, que dependem da visibilidade para atrair patrocinadores, manter sua torcida engajada e gerar receita.


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O Blog É tradição, não é moda entrou em contato com o setor de comunicação do Santa Cruz para saber se o clube pretende adotar alguma medida diante dessa indefinição. Até o fechamento desta publicação, ainda não recebemos resposta.

Em entrevista à ESPN, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, afirmou que, segundo o próprio Ednaldo, caso não houvesse acordo com canais oficiais, a CBF autorizaria clubes e federações a transmitirem os jogos por conta própria. Essa possibilidade, no entanto, não foi formalizada pela entidade.

A crise institucional deve alcançar um novo clímax no fim do mês. No dia 28 de maio, o Supremo Tribunal Federal irá julgar os limites da interferência do governo federal em entidades privadas como a CBF. Na pauta, o chamado “acordo de cavalheiros” firmado entre a CBF e órgãos públicos após a queda de Ednaldo, em 2023. A depender da decisão do STF, o dirigente poderá ser afastado novamente e um novo processo eleitoral poderá ser deflagrado — ou ele seguirá no comando com respaldo jurídico definitivo.

Enquanto isso, torcedores, clubes, federações e a imprensa seguem no escuro. O futebol brasileiro, mais uma vez, se vê prisioneiro da instabilidade fora das quatro linhas — e a Série D, onde pulsa a alma dos clubes populares, é quem mais sofre as consequências.



Publicado em: 07 de maio de 2025
Por: Heitor AlbuquerqueBlog É tradição, não é moda

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